sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A Síndrome da Pressa

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A Síndrome da Pressa
Geralmente você:
1. Incita os outros a se apressarem?; 2. Interrompe ou conclui
frases de terceiro? 3. Em reuniões fica inquieto quando alguém se
desvia do assunto?; 4. Quando está em uma loja ou restaurante
fica impaciente ou se queixa quando não é atendido rapidamente?;
5. Considera o "não fazer nada" desperdício de tempo? ou 6.
Acha menos capaz quem fala, age ou decide devagar?
Se você respondeu afirmativamente a, pelo menos, quatro das
seis questões acima, cuidado: você está na zona de perigo e é
candidato natural à doença da pressa.
Essa doença foi primeiro descrita nos Estados Unidos e é desencadeada
pela crença de que se pode concretizar tudo se agirmos
de maneira acelerada. "Essa concepção leva, pelo menos, a outras
doenças crônicas geradas pelo estresse, como doenças cardíacas,
arritmias, úlceras de estômago ou tensão nervosa", comentam os
pesquisadores Lothar J. Seiwert e Ann McGee Cooper.
Eles explicam que o problema não é a velocidade em si, mas
quando ela passa a ser o único critério. "Na doença da pressa,
você se apressa sem perceber que, possivelmente, esteja errando
o alvo", salientam. Ao desligar rapidamente um telefonema, exemplificam,
pode-se perder um cliente por não perceber hesitações
em sua voz. No entanto, afirmam que o mais importante é
notar que se pode passar pela vida numa corrida para, no fim das
contas, constatar que nunca se dedicou direito à família, aos amigos
e ao lazer. A pressa ao dirigir carros nas estradas é muito
conhecida por todos.
Para os pesquisadores, a pressa está relacionada aos avanços
tecnológicos, como fax, e-mail, internet, comunicação por satélite,
celular, meios de comunicação que fazem com que a informação
chegue mais depressa. Para se ter uma idéia, a cada vinte meses
dobra-se o número de informações; assim, recebe-se, no mínimo,
o dobro de correspondências e é necessário "arranjar" mais tempo
para despachá-las e assimilá-las.
"Quem não tem endereço eletrônico está "fora da moda" e a resposta
por e-mail é aguardada em, no máximo, 24 horas; a corres

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pondência normal é chamada de "correio de lesma" e a mania de
telefone celular torna todos acessíveis o tempo todo. Muitos têm
a percepção de estarem sendo ultrapassados; não é que os grandes
dominem os pequenos, mas os rápidos ultrapassam os lentos",
avaliam, considerando que é por isso que muitos se sentem
oprimidos pelo tempo.
Lothar J. Seiwert e Ann McGee Cooper, autores do bestseller na
Alemanha "Se tiver pressa, ande devagar", afirmam que há um
movimento crescente em todo o mundo que propõe o equilíbrio
temporal entre pressa e o devagar. Trata-se do paradigma do
devagar, que mescla compromissos profissionais e satisfação
pessoal, objetivos pessoais de vida e realidade vivenciada.
REMÉDIO
Para curar-se da doença da pressa, explicam os autores, antes é
preciso perceber que se está doente e "decidir compensar o ritmo
alucinante de vida com uma mistura equilibrada e enriquecedora".
Com isso, garantem que haverá melhora na saúde, na capacidade
de desempenho a longo prazo e qualidade de vida. "Além
disso, você acrescenta melhores qualidades de liderança a seu
estilo de trabalho e torna-se modelo para outras pessoas que o
amam, admiram e confiam
em você", acrescentam.
O livro acaba de ser traduzido para o português pela Editora
Fundamento e poderá ser encontrado nas principais livrarias.
ÍTENS QUE LEVAM À CURA
1. Incluir, no planejamento diário e semanal, períodos vagos em
que se possa viver sem relógio.
2. Livrar-se do relógio de pulso à noite e nos fins de semana.
3. Planejar períodos para não se fazer nada.
4. Sonhar de olhos abertos, rabiscar descompromissado, tirar uma
soneca ou fazer uma caminhada sem destino certo.
5. Ao avaliar como foi seu dia, semana ou mês, dar a si uma recompensa
por criar um equilíbrio entre "fazer" e "ser", entre cum

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prir sua agenda e cheirar uma rosa, entre ser eficiente e ser consciente.
6. Incluir conscientemente em sua vida períodos de tranqüilidade
e de silêncio, ouvindo seu corpo, seus sentimentos, sua intuição:
a inspiração do gênio corresponde a alimentar-se do silêncio.
Rádio Câmara discute Síndrome da Pressa
A chamada Síndrome da Pressa foi o assunto discutido no programa
Palavra de Especialista, da Rádio Câmara, dia 21 de setembro
de 2005. O programa, dirigido pela jornalista Daniele
Lessa, recebeu a médica Marilda Novaes Lipp, fundadora do Laboratório
de Estudos do Stress da Pontifícia Universidade Católica
(PUC) de Campinas, onde a síndrome foi objeto de estudo. O
programa também teve a participação do diretor da Associação
Brasileira de Psiquiatria, Luiz Alberto Hetem, que falou sobre
pressa e ansiedade.
Segundo os entrevistados, as pessoas com síndrome da pressa
podem desenvolver problemas de saúde graves, como doenças
cardíacas e gastrite. A pressa é estimulada principalmente no
ambiente de trabalho, onde muitos buscam sucesso e reconhecimento
de forma desenfreada.
Avaliação feita entre executivos e diretores pelo Laboratório de
Estudos do Stress mostrou que 90% possuem a doença da pressa.
"As pessoas se orgulham de fazer muitas atividades, mas com o
passar do tempo começam a adoecer e lamentar o tempo que viveram
desta maneira", explicou Marilda Lipp. Segundo a pesquisa,
o comportamento também acontece com motoristas e
faxineiros.
"A ansiedade normal auxilia e até melhora o desempenho, mas a
ansiedade patológica causa muitos danos, pois paralisa a pessoa
em vez de torná-la mais eficiente", lamentou Luiz Hetem no programa.
A inclusão de um período de meditação no seu dia-a-dia também
poderia ser um antídoto contra a síndrome da pressa.
Palavra de Especialista é um programa da Rádio Câmara, veiculado
toda quarta-feira, às 08h30 da manhã e pode ser sintonizado

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em FM 96.9 MHz. Na internet o endereço é
www.camara.gov.br/radio onde, além da audição em tempo real,
é possível acessar e baixar programas jornalísticos e culturais.
Fonte: www.vidaintegral.com.br
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