quinta-feira, 23 de outubro de 2014

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Etnografia do “rolezinho”

publicado na Carta Capital Você está aqui: Página Inicial / Sociedade / Etnografia do “rolezinho” Sociedade Opinião Etnografia do “rolezinho” O ato de ir ao shopping é político: porque esses jovens estão se apropriando de coisas e espaços que a sociedade lhes nega dia a dia por Rosana Pinheiro-Machado — publicado 15/01/2014 08:59, última modificação 15/01/2014 10:54 Rosana Pinheiro-Machado Rolezinho As marcas são objeto de desejo Leia também Não é só pelos bailes funks "Rolezinhos" se espalham pelo País A fala de Haddad e o silêncio de Dilma Quem mexeu na minha praça de alimentação? Juízes divergem em decisões sobre "rolezinhos" Em 2009, eu e minha colega e amiga, Lucia Scalco, começamos a estudar o fenômeno dos bondes de marca. Como? A gente reunia a rapaziada, descíamos o morro e íamos juntos dar um rolezinho pelo shopping – o lugar preferido desses jovens da periferia de Porto Alegre. Eles nos mostravam as marcas e lojas preferidas. Contavam como faziam de tudo para adquirir esses bens (descrevemos todas as possibilidades em nossos papers). Havia um prazer e empoderamento nesse ato de descer até o shopping. Eles não queriam assustar, porque nem imaginavam que a discriminação fosse tão grande que eles pudessem assustar. Muito pelo contrário: eles faziam um ritual de se vestir, de usar as melhores marcas e estar digno a transitar pelo shopping. Uma vez um menino disse que usava as melhores roupas e marcas para ir ao shopping para ser visto como gente. Ou seja, a roupa tentava resolver uma profunda tensão da visibilidade de sua existência. Mas, noutro canto, os donos da loja se assustavam e cuidavam para ver se eles não roubavam nada. Um funcionário disse à Lucia a mais honesta frase de todas (uma honestidade que corta a alma): “não adianta eles se vestirem com marca e virem pagar com dinheiro. Pobre só usa dinheiro vivo. Eles chegam aqui e a gente na hora vê que é pobre”. Eles, no entanto, acreditavam que eram os mais adorados e empoderados clientes das lojas. Um funcionário da Nike uma vez declarou para a pesquisa: “nós nos envergonhamos desse fenômeno de apropriação da nossa marca por esses marginais”. Mas eles nos diziam: “as marcas deveriam nos pagar para fazer propaganda, porque nos as amamos. Sem marca, você é um lixo”. Quando mostrei o Funk dos Bens Materiais em aula, uma aluna de camadas altas comentou: “quando a gente vê a figura toda montada, marca estampada, já vê que é negão favelado”. Infelizmente não me surpreendeu o fato de toda a aula ter caído na risada. Esse mesmo tipo de pessoa é aquela que ainda diz que é um absurdo comprar televisão, “pobre deveria alimentar a prole” e ponto final. No programa Papai Noel dos Correios, que eu e Lúcia analisamos, uma menina desafiava o seu destino: “kirido papai noel: eu me comportei, eu passei de ano, eu cuido da minha vó, meu pai sumiu de casa. Eu só quero uma calça da Adidas!”. Mas vocês podem concluir que cartas como essas são relegadas por meio de uma moralidade escrota: todos os pedidos de meninas e meninos de roupas de marca eram vistos como um desaforo. Que absurdo! Afinal, pobre deve pedir material escolar e bicicleta! Tenho ficado quieta nesse caso do “rolezinho” porque este talvez seja o assunto que mais seja caro à minha sensibilidade acadêmica e política. Esse tema é justamente o que me faz me afastar de uma certa antropologia vulgar com suas interpretações do tipo “que lindo essas pessoas se apropriam das marcas e dão novos significados e agência e bla blá blá prá boi dormir”. Mas também é este tema que me aproxima ao que a antropologia tem de melhor: ouvir as pessoas. Não há uma grande diferença do “rolezinho” organizado e ritualizado das idas aos shoppings mais ordinárias (ainda que a ida ao shopping pelas classes populares nunca tenha sido um ato ordinário), mas vejo uma continuidade que culmina num fenômeno político que nos revela o óbvio: a segregação de classes brasileiras que grita e sangra. O ato de ir ao shopping é um ato político: porque esses jovens estão se apropriando de coisas e espaços que a sociedade lhes nega dia a dia. Quando eu vejo aquele medo das camadas médias, lembro daquelas pessoas que se referiram “aos negões favelados”. E há certa ironia nisso. Há contestação política nesse evento, mas também há camadas muito mais profundas por trás disso. Estou acompanhando os “rolezinhos” e sinto certo prazer em ver aquela apropriação. Mas entre apropriação e resistência há um abismo significativo. Adorar os símbolos de poder – no caso, as marcas – dificilmente remete à ideia de resistência que tanta gente procura encontrar nesse ato. O tema é complexo, não apenas porque desvela a segregação de classe brasileira, mas porque descortina a tensão da desigualdade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, entre o Norte e o Sul. E enquanto esses símbolos globais forem venerados entre os mais fracos, a liberdade nunca será plena e a pior das dependências será eterna: a ideológica. Por isso, para entender a relação que as periferias globais têm com as marcas e os shoppings, é preciso voltar para os estudos colonialistas e pós-colonialistas. A apropriação de espaços símbolos hegemônicos, desde Mitchell até Newell, passando por Bhabha, Rouch e Ferguson, nos mostra uma permanente tensão na apropriação que tenta resolver a brutal violência que esta por trás desse ato. O meu lado otimista não nega o que esses jovens nos disseram: do prazer que sentem em se vestir bem e circular pelo shopping para SEREM VISTOS. Meu lado pessimista tende a concordar com Ferguson de que há menos subversão política e mais um apelo desesperador para pertencer à ordem global. É preciso entender o “rolezinho” dentro de uma perceptiva do Sul Global de séculos de violência praticada na tentativa de produzir corpos padronizados, desejáveis e disciplinados. O pobre no shopping repete a mimeses de Bhabha. A classe média disciplinada vê os jovens vestindo as marcas do mercado hegemônico para a qual ela serve. A classe média vê os sujeitos vestindo as mesmas marcas que ela veste (ou ainda mais caras), mas não se reconhece nos jovens cujos corpos parecem precisar ser domados. A classe média não se reconhece no Outro e sente um distúrbio profundo e perturbador por isso. Não adianta não gostar de ver a periferia no shopping. Se há poesia da política do “rolezinho” é que ela é um ato fruto da violência estrutural (aquela que é fruto da negação dos direitos humanos e fundamentais): ela bate e volta. Toda essa violência cotidiana produzida em deboches e recusa do Outro e, claro também por meio de cacetes da polícia, voltará a assombrar quando menos se esperar. * Rosana Pinheiro-Machado é cientista social e antropóloga. Professora de Antropologia do Desenvolvimento da Universidade de Oxford. ** Texto publicado originalmente em 30 de dezembro de 2012

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Não estamos sós

- Ó peregrino, por que interrompeste a caminhada? Que estás a buscar?
- busco, irmão, encontrar Aquele que me poderá guiar por essas trilhas da Luz, trilhas que conduzem à entrega ao Supremo.
- e por que dás tantas voltas por lugares inóspitos?
- estou perdido entre muitas direções. Olho em torno e não vejo sinal algum, mas apenas discórdia, luta e morte. Andei lado a lado com a dúvida, dormi no leito do temos, cheguei a esquecer o que buscava. Sofri. Lembrei-me então novamente da busca, e voltei a caminhar. Todavia, não sei por onde vou.
- pois, digo-te, a sinceridade é o maior dos bens que agora trazes no alforje. Mas não busques alhures o que se encontra em teu interior. Aquieta-te, filho da Terra, aquieta-te e perscruta teu íntimo. Silencia teu querer, oferta-o ao Supremo. Silencia... e , aos poucos, começarás a ouvir a nascente que brota do teu coração. Persiste em tua oferta, e dessa fonte jorrará a Água da Vida para lavar o mundo terrenal, e a Luz da Sabedoria para conduzir teus irmãos. Permanece entregue, e conhecerás teu Mestre – mas somente quando não mais existir quem está a se entregar. Ama. Ama com ardor e pureza. O que tudo criou, pois é no amor ao Infinito que se romperão os véus que te separam da Eternidade.

Não alimentes o que deve morrer; não semeies o que não deve nascer.

- por quantas encruzilhadas passaste?

- por cinco vezes* tive de deter-me até descobrir aonde ir. Ao longo do percurso recebi muitos convites e dadivosas promessas para ingressar em vias secundárias. Entretanto, não os aceitei, pois conheci no passado o gosto amargo do desvio. Aprendi, irmão, que, para seguir o Caminho deveria ter humildade e fé, deveria entregar-me ao Supremo. Também aprendi, com o sofrimento e com a dor, que, sem sinceridade e perseverança não poderia empreender tão ousada jornada.
Caminho semelhante não há: estreito que é, por pouco que me distraia, posso extraviar-me; retilíneo, oculta no horizonte seu princípio e seu fim. A cada passo traz um novo aprendizado, uma tarefa e uma prova. Meus dias tenho vivido a trilhá-lo, e por eles dou graças ao Supremo.
* Nota de rodapé: as cinco grandes provas a serem superadas no estágio indicado são: a soberba, a lassidão, a mentira, o furto sutil (ou o uso incorreto da energia) e a covardia.

CAPÍT. 14
Que sinais te traz a Estrela da Manhã? Aprende peregrino, seu idioma, pois ela te revelará as chaves do Encontro Maior.
A vida celestial aguarda os convidados para esse encontro. Não te preocupes com teus trajes, pois uma sublime veste, tecida com fios de pura luz e devoção está preparada para ti. Tampouco retardes teus passos sob nenhum pretexto, pois deles dependem muitos de teus irmãos.

Escuta-me, tu que recomeças. Se usares uma pequena lanterna para iluminar um quarto escuro, por melhor que a focalizes jamais verás o que se encontra além do quarto. Semelhante a essa lanterna é a consciência humana sem o ensinamento provindo da Fonte de Vida.

Sem que o ser se abra à Vida, não há real serviço. Ele deve ser capaz de manter o corpo físico, o emocional e o mental em sintonia com esferas elevadas, e isso ocorre gradualmente, pela Graça.

Caminhos de Luz abriram-se ante teus olhos; contudo, escolheste vias obscuras, cuja penumbra podia encobrir teus erros. Muitos avisos te foram dados. Uma cruz foi carregada para ti; porém, não entendeste que a vida material devia unir-se à espiritual.

De alto a baixo o Plano Divino se realiza e cumpre seus desígnios. Perguntas sobre a presença de forças obscuras na Terra. Podemos dizer-te que são a escória que flutua no metal em ponto de fundição e se torna parte dele quando está sólido, em seu estado natural. Mas sob o Fogo do Espírito o metal reencontra a pureza de origem, sua verdadeira face.

Os fracos permanecem no ponto alcançado, quando não retrocedem os fortes percorrem a senda do Espírito.

- e como posso deixar para trás tanta gente, caída em vales escuros?
- entrega, também esses, à Luz que te ilumina, mas não te detenhas. Tampouco voltes para ampará-los, pois somente da Luz a Luz pode fazer-se.

Viaja também durante a noite, pois, se reconheceste a urgência da tarefa.

Quando mãos se separam, ficam disponíveis para acolher.

(Trechos do livro “Não Estamos Sós”, Trigueirinho, ed. Pensamento)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

convite para todos


Este é um CONVITE para nós todos. Espero que você leia até o fim antes de se decidir.
Nós nos preocupamos com a situação pra lá de difícil que muitas pessoas e a natureza enfrentam hoje, e até ficamos entristecidos com isso, não é?
Mas, para aquele que têm alguma necessidade, não importa o que você sente ou o que você pensa. Importa o que você FAZ para melhorar a vida deles.
Sozinho ninguém pode fazer nada para melhorar o mundo... Este é um convite para nos unirmos com a finalidade de fazer algo bom para as pessoas e para nosso planeta, formando um grupo que discuta como fazer isso. Reunidos numa ONG.
Isso não vai custar a você nem dinheiro, nem vendas, nada disso... só um pouco de dedicação e boa vontade. Mesmo que moremos longe um do outro, podemos trocar idéias via internet ou telefone.
O QUE É UMA ONG: Pessoas de boa vontade que se reúnem com idéias e providencias para melhorar os problemas de outras pessoas ou do meio ambiente. As Organizações Não Governamentais (as chamadas ONG´s) podem e devem ter atividade que lhes dê lucro. Só que esse lucro é para ser aplicado na finalidade da ONG, não pode ser dividido pelas pessoas que a dirigem. Esse lucro é para que a ONG se auto-sustente.
COMO A ONG É FORMADA: a Diretoria de uma ONG é formada por 10 pessoas, eleitas por uma Assembléia, onde todos os que fazem parte da ONG votam para eleger a Diretoria e para outras decisões, como elaboração do estatuto, por exemplo.
SUPORTE FINANCEIRO: O dinheiro necessário para manter a finalidade da ONG pode vir de atividade lucrativa da própria ONG, incentivo governamental e/ou doações.
Nada impede que a ONG tenha empregados registrados, só as pessoas que compõem a Diretoria é que não podem ser remuneradas, ou seja, quem fizer parte da Diretoria da ONG faz trabalho voluntário. Assim, se você pretende ter alguma atividade remunerada, não participe da Diretoria.
ASPECTOS LEGAIS: Há leis que regulamentam a formação e atuação das ONG´s, e, entre os requisitos necessários, a ONG precisa se enquadrar em alguma(s) das finalidades que estão listadas no final deste texto.
CONVITE: quando nos reunirmos (física ou virtualmente), para trocarmos idéias para fundarmos nossa ONG, você será convidado a responder às seguintes perguntas:
1) qual será a(s) finalidade(s) da ONG? (escolha na lista abaixo)
2) você tem sugestão de nome para a ONG?
3) O estatuto deve seguir um padrão ou deve conter algo específico? O quê, por exemplo?
4) Ao final da reunião, você deve ser posicionar: quer fazer parte da ONG? Como membro ou na Diretoria?
5) Vamos nos reunir fisicamente em Atibaia e pelo MSN, em conferência, procure-me eloisagusmao@hotmail.com ou, se preferir, mande-me e-mail ou ligue 11-87372854.
TODA IDÉIA É BEM-VINDA!!!

(Quer saber o que vou sugerir na reunião? Que seja uma ONG cultural, pois permite que se trabalhe em vários campos, podemos ajudar as pessoas ensinando-as a trabalhar, por exemplo... )

FINALIDADES RECONHECIDAS PELA LEGISLAÇÃO COMO PASSÍVEIS PARA SE PLEITEAR A QUALIFICAÇÃO QUE QUEREMOS:
- PROMOÇÃO DE ASSISTENCIA SOCIAL
- PROMOÇÃO DA CULTURA, DEFESA E CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO
- PROMOÇÃO GRATUITA DA EDUCAÇÃO, OBSERVANDO-SE A FORMA COMPLEMENTAR DE PARTICIPAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES.
- PROMOÇÃO GRATUITA DA SAUDE, OBERVANDO-SE A FORMA COMPLEMENTAR DE PARTICIPAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES;
- PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.
- DEFESA, PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
- PROMOÇÃO DO VOLUNTARIADO
- - EXPERIMENTAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS DE NOVOS MODELOS SOCIOPRODUTIVOS E DE SISTEMAS ALTERNATIVOS DE PRODUÇÃO, COMÉRCIO, EMPREGO E CRÉDITO.
- - PROMOÇÃO DE DIREITOS ESTABELECIDOS, CONSTRUÇÃO DE NOVOS DIREITOS E ASSESSORIA JURÍDICA GRATUITA DE INTERESSE SUPLEMENTAR.
- PROMOÇÃO DA ÉTICA, DA PAZ, DA CIDADANIA, DOS DIREITOS HUMANOS, DA DEMOCRACIA E DE OUTROS VALORES UNIVERSAIS.
- ESTUDOS E PESQUISAS, DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS, PRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES E CONHECIMETNOS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS QUE DIGAM RESPEITO ÀS ATIVIDADES MENCIONADAS ACIMA.

Esperamos você na reunião.. vou avisar aqui mesmo, local, data e hora. Obrigada.

terça-feira, 3 de junho de 2008